Escrevo-te em tormentas eléctricas
Porque te fermentas em mim
Como um abrasão na pele
Se tu, gentil, te chegasses
E eu dissesse que te necessito
Como respiro fumo e alcatrão
És a maré que preciso
Mas que não vou apanhar
Rochedo, sou
Carburaremos os dois
Nas fornalhas que fizemos
Nunca tristes, nunca alegres
És a dor que se me dá aos ossos
Cancro que se me alastra
Vasilha de beleza ruim
Lambes a maresia da testa
Ninfa de psique amorfa
Petrolífera e amarga
Vem-te em ondas de gasolina
E suspira ventanias
Que quero atolar o barco
Atar-te-ei à proa
Para sempre, para todo o sempre
Deste teu, Capitão Morte