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4 de dezembro de 2011

Ismael

Sorriso armado a sedelas, pregado a osso por uma turba que aborda a estibordo, deixa-me o esqueleto corrido a frios e a dias corridos de palavras mudas. Os lábios lapidados a dentes, que sonho serem senhores de uma outra gengiva, doem a bordoadas de ventos glaciares que se rasgam do peito, deste peito de madeira oleada a erros e a berros. Punho cerrado a apontar para Norte, cotovelo prestes a ceder do peso desta promessa. Se me dizem que caminho trilhar ou para que rota almejar, dou-lhes palavras de vidro, tão bonitas como as mentiras que me fazem a carcaça. Os joelhos agoniam e imploram-me que desista. Fracos. Mas tenho as costas a aplacar as ondas. Os ombros a carregar as marés. E berro e praguejo aos zéfiros quantas putas me hão-de querer morder as mãos e desafio-os a me mandarem todas as baleias, para que das melhores eu faça a minha escolha, para qual delas me triturar com as mandíbulas. Que o meu destino não é almarear à toa, é fazer tremer todo o céu com a minha voz tempestuosa quando morrer, de feliz.

Lágrimas Sonoras