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12 de abril de 2012

De mãos dadas

A noite ainda nem vai alta
E já a Solidão se senta comigo
Aqui à beira da cama, calada
A dar a mão à minha alma
Namora com o Desespero
Que se fez de meu inquilino
Já nem recordo quando
Deitado a fitar o tecto
Vejo três mundos além
Daquele em creio estar
E em nenhum deles tu estás
A soma dos meus medos
Naquela janela de betão
Sempre de mão dada
A cama já é uma valeta
Sou um homem velho e mau
Ou uma criança partida
Uma engrenagem virada louca
Um belo naco de nada
No fundo do crânio penso
“Partida, mas ainda é a minha casa”
Sempre de mãos dadas

11 de abril de 2012

Chamando nomes a Deus

Já te contei as vezes
As mais maravilhosas vezes
Em que ventos batiam
De feição, perfeitos
Em que acreditava
Poder pagar felicidade
Olhar por cima do ombro
E ver o Silêncio
Envolto em maresia
Olhar aos céus
E suspirar em paz
Ter os lábios cobertos
De pétalas de mulher
Os pés descalços?
E já te falei das vezes
Das mais pérfidas vezes
Em que tudo me foi roubado
Tudo ardendo em piras
Com labaredas de vergonha
Em que arrependi
Os dias lânguidos
Perseguido por temores
Ver o Silêncio brandir
Uma faca cega na noite
Ter que baixar a cabeça
Numa sinfonia de derrota
A testa em sangue?

Lágrimas Sonoras