Querida Valéria,
Não cheiras em mim
Um cão sujo e infiel
Que se empoleira
Nas tuas pernas?
És um ridículo doce
Diabetes com ancas
Fazes com que arqueje
O corpo escanzelado
Contra o chão de mármore
Passo a língua ao pêlo
Espio-te os defeitos
Para os uivar, mergulhado
Na tua pequena abertura
Grilhão sensível a dentadas
Mas como podes não ver
O risco do meu esgar
Sorridente e malicioso
Como podes pedir
Que te sinta falta?
És inocente, Valéria
Uma ternura desnuda
Suada mulher de fel
Que me arde na garganta
Que me beija maliciosamente