expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

21 de novembro de 2013

Esganas

Estás ébrio na tua inteligência
Ou aquilo que pensas ser 
A imagem que és, sem o seres
És um reflexo que amas
E vives plenamente o mérito
Oca réstia de ser humano
Que escuta louvores com quem
Bebe com esgana de morrer
Abandonas a decência sem pudores
E meramente existes durante noites infinitas
Gritas que nem às leis da física obedeces
Mas bailas ao som das massas sorridentes
És Deus, sem te acreditares
Côdea de pão ressequida
Achas que quem te vê
Não te vê como quem pode
Te mede, averigua e lê?

Cárie

És confortável
Como uma canção que me habituei a murmurar
Um perfume
Que tenho gosto em inalar
Uma dor 
Que nem expresso em esgares
És uma prisão
Uma máscara
Uma ideia
De perfeição corrupta
Um dente podre num sorriso bonito
És o espaço vazio na minha cama
Que sonho em abraçar
Um feitiço
Que se espalho debaixo da pele
Como uma perfeita doença
Que não quero curar.

9 de abril de 2013

Urina


Acordei e mijei com o peso de um trovão
Chovi sobre sonhos e palavras ébrias
Dourei as promessas, as memórias
Já nada há a fazer, conta-me o fluxo
Não insistas, diz-me, testa contra a parede
Refastelo no refrigério da sensação
Regojizo no conforto do conselho
Sábios não falam tão bem
Como este corrimento amarelo
Há maldade aqui, na força deste rio
Existe vontade de afogar,
De procriar dinastias vãs,
Boatos, sortilégios e demais
Ou serei eu o bruxo das mais inúteis 
Formas de encantamento que existem?

Pinga, sacode, abre as torneiras do lavatório
A sanita está fodida há mais de uma semana

Lágrimas Sonoras