Sinto-me pesado
Como se bafejado pelo infortúnio
A rua escorrega-me dos pés
E o mundo escorre-me pela pele
Os braços abertos em derrota
Gritam por mim o teu nome
Ecos estilhaçados pelos prédios
Correm selvagens para o cérebro
Que em jeito de malvadez os urdiu
Se devagar corro devo-o
Ao peso da tua memória
À imensidão do teu sorriso
Os passos ritmam a melodia
Dessa cantiga que não quero
Ouvir ou tocar ou cheirar
Se poder nem ver quero
As trinta e duas pérolas
Desse teu beijo que não tive
Se me doem as feridas
Dos pequenos cortes teus
E se elas sangram
Desço aos infernos resoluto
A lá ficar no círculo reservado
Dos tolos e dos cobardes
Que este cão não aprende