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24 de novembro de 2011

Valéria

Querida Valéria,
Não cheiras em mim
Um cão sujo e infiel
Que se empoleira
Nas tuas pernas?

És um ridículo doce
Diabetes com ancas
Fazes com que arqueje
O corpo escanzelado
Contra o chão de mármore

Passo a língua ao pêlo
Espio-te os defeitos
Para os uivar, mergulhado
Na tua pequena abertura
Grilhão sensível a dentadas

Mas como podes não ver
O risco do meu esgar
Sorridente e malicioso
Como podes pedir
Que te sinta falta?

És inocente, Valéria
Uma ternura desnuda
Suada mulher de fel
Que me arde na garganta
Que me beija maliciosamente

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Lágrimas Sonoras