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21 de novembro de 2011

Soledade

Sei-me forjado de uma outra liga
De um aço feito solitário
Formei-me numa multiplicação por zero

O único ser que habita uma rua chuvosa
A única conversa num fio de fumo
É a minha mordida no filtro
Que te espanta e que amas

Ris-te como quem magoa
Com um silvo de faca errante
Brilhas ao aquém do infinito

Geme o vento, alucinado em drogas
Uiva o meu corpo em mágoas
E esta linha de pensamento
Que me assombra e corrompe
Jura-me que um dia morre

E diz-me, ludibriante:
- São todas tuas putas,
Mas as velhacas vêm-se
Lambendo-te as feridas
Esmagando as delas
Contra as saias

Fico enfezado sentado no chão
A chupar o veneno às soldaduras
Chapa mole em capas duras
Reza que far-me-ei homem
Louca, frígida, bela
Conjura que amarei mulher
Sóbrio, sozinho, confuso

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Lágrimas Sonoras