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7 de julho de 2012

Cão

Sinto-me pesado
Como se bafejado pelo infortúnio
A rua escorrega-me dos pés
E o mundo escorre-me pela pele
Os braços abertos em derrota
Gritam por mim o teu nome
Ecos estilhaçados pelos prédios
Correm selvagens para o cérebro
Que em jeito de malvadez os urdiu
Se devagar corro devo-o
Ao peso da tua memória
À imensidão do teu sorriso
Os passos ritmam a melodia
Dessa cantiga que não quero
Ouvir ou tocar ou cheirar
Se poder nem ver quero
As trinta e duas pérolas
Desse teu beijo que não tive
Se me doem as feridas
Dos pequenos cortes teus
E se elas sangram
Desço aos infernos resoluto                           
A lá ficar no círculo reservado
Dos tolos e dos cobardes
Que este cão não aprende

3 comentários:

Machado disse...

Sentes que é-te roubada toda a energia? Eu sinto-me pesado.

Sandra Alves disse...

Ama como os cães
Gatinha como um homem
Abraça com saudades
O que pensa que é o seu
Quando ela parte em silêncio
Perdoa como um deus

Vincent DeVille disse...

Qual energia? E perdoar é para Deus e para ele somente.

Lágrimas Sonoras