Cabelo reluzente de brilhantina
Liberto-me casa com um andar
Como se o cérebro estivesse a segregar
Um ácido com demasiada estricnina
Todo eu sou estranheza
Mas um tipo de defeito vulgar
Dando de caras com uma pobreza
De vontades, de gostos e de amar
Escondido por baixo do pompadour
Murmurando a chanson du jour
Espreito através dos óculos
Mandando às meninas ósculos
Faço-o por falta de latim
Ou para ser uma bizarra peça
Que vontade de falar não há em mim
Quando realmente me interessa
Pavoneio uma falsa confiança
Talvez pelo facto de usar laca
Talvez pelo facto de usar laca
Ou por ter a esperança
De me poder defender à faca
E lidar com as mudanças de humor
Desta condição de bipolar by proxy
Experimento ser eu com ardor
Mas mando tiradas como “God, you’re foxy”
Cliché, meu bem, nada mais
Não há em mim um pedaço original
Caio na sarjeta com os demais
Os meio-artistas deste mundo animal
Não me olhes em desdém
O meu final dramático já ali vem
Hei-de arder em burrice
E nada de funerais, já disse
3 comentários:
Excelente lágrima está que foi chorada! Bastante descritiva do que agora é vivido por Vincent DeVille, apesar de eu achar que, és original e nada vulgar. Quanto ao dares de caras com "...uma pobreza/ De vontades, de gostos e de amar", bem, é Agosto e estamos no Algarve xD
Ass: H :P
Das coisas mais verdadeiras que já vi
Adorei <3
Que lágrima chorou a menina! Uma lágrima descritiva do verdadeiro drama pessoal de um desviante ser viril!
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